Eu posso imaginar como você se sente, porque já estive, exatamente aí, nesse mesmo lugar. 

É como se a nossa alma tivesse deslocado alguns centímetros do corpo e, mesmo assim, continuamos caminhando na vida, exercendo nossos papéis, mas numa espécie de piloto automático. Um dia depois do outro. Não nos reconhecemos mais no espelho ou talvez nunca chegamos a nos conhecer, de fato. Nos desconectamos de quem somos, daquilo que nos pertence. Sentimos que pegamos um caminho diferente daquele que, no fundo, deveríamos.

Qual foi a esquina em que esqueci de virar? Onde foi que me perdi?

Não reservamos tempo pras coisas que antes nos faziam presentes e inteiras. Não alimentamos mais nossa curiosidade diante da vida. E esquecemos que somos seres criativos e potentes. E cheios de valor. Estamos congeladas numa figura que a gente mesmo criou. Pode ser que tenhamos ficado muito boas naquilo que não queremos continuar fazendo. Ou talvez apenas perdemos o viço por aquilo que sempre amamos. Talvez tenhamos precisado endurecer diante da vida. Ou ainda, quem sabe, assumimos novos papéis, que foram demandados de nós e esquecemos de manter o mais importante: quem a gente realmente é! 

A verdade é que não importa onde foi que você se desconectou. Nem há quanto tempo você está longe de si mesma. Nunca é tarde pra voltar pra casa. E eu acredito que investigar nossa identidade criativa e olhar pra dentro é a chave mais potente pra fazer isso!